O Heryck interrompeu o curso de Direito (2º Ano), para dedicar-se ao
trabalho e em 19.10.2012, com 28 anos de
idade, foi vítima de acidente automobilístico, o qual interrompeu
temporariamente os seus planos, tendo sido submetido à cirurgia e estado em
coma por 21 dias.
O diagnóstico inicial: Traumatismo Craniano Encefálico (TCE), previa
que o mesmo não mais andaria. Acredita-se que tenha sido momentos de muitas
angústias, medos, incertezas, para ele, familiares e amigos.
Recuperando-se, sem se locomover, também não conseguia comunicar-se
normalmente, apena balbuciava “i”, “i”. Mas, sempre acreditou em Deus que esse
quadro seria revertido. Iniciaram-se então, os atendimentos especializados
(neurologista, psicólogo, fisioterapeuta, psicopedagogo, terapeuta ocupacional,
fonoaudiólogo).
Ao passo que sua saúde melhorava, interessava-se em retomar os estudos. Mas devido às limitações e ainda em tratamentos médicos, não tinha acesso à escola - onde poderia estudar, nessas condições? Via nos estudos, um apoio à sua reabilitação. No entanto, acreditava que o ENEM lhe daria a oportunidade de voltar a Universidade, conquistar emprego, enfim, voltar a sentir-se útil, exercer sua cidadania.
Ao passo que sua saúde melhorava, interessava-se em retomar os estudos. Mas devido às limitações e ainda em tratamentos médicos, não tinha acesso à escola - onde poderia estudar, nessas condições? Via nos estudos, um apoio à sua reabilitação. No entanto, acreditava que o ENEM lhe daria a oportunidade de voltar a Universidade, conquistar emprego, enfim, voltar a sentir-se útil, exercer sua cidadania.
Em agosto/2014, tomou conhecimento de “aulões” para o ENEM ofertados
pelo CEJA – Limoeiro; inscreveu-se, participando ativamente. Nesse contexto,
foi informado que poderia matricular-se na “Revisão de Conteúdos”- Ensino Médio,
e ser atendido na Sala de Recursos Multifuncionais - SRM, com o Atendimento
Educacional Especializado - AEE. Sua história adquiriu outra dimensão: a escola
passou a ser um novo espaço social. O ENEM estava às portas e o Heryck buscava
mais conhecimentos e informações; e as discussões das quais participou
contribuíram nesse sentido, inclusive relembrando informações adquiridas
anteriormente. Na semana anterior às provas estava quase todos os horários na
escola, lutando contra o tempo, contatando professores – atento a tudo que
julgava ser útil para ser bem sucedido; questionava, pedia material para ler,
acessava sites informativos (atualidades), enfim, esforçou-se ao máximo e
obteve resultados satisfatórios, considerando o contexto desde o acidente. Continua persistindo em seus objetivos, pois o resultado
do ENEM lhe trouxe muitas alegrais e esperanças, mostrando-lhe que sua
memória aos poucos estar sendo resgatada. A escola também tem fornecido
informações relativas aos Direitos das Pessoas com Deficiências,
conscientizando-o dos seus direitos; apoiando-o nos desafios e o encorajando
quando necessário.
O CEJA, que o recebeu com limitações, utilizando-se de uma comunicação
fragmentada (palavras “soltas”), e hoje, verbaliza tanto palavras que antes não
conseguia, como também pequenas frases, o vê como um vencedor, com a autoestima
elevada, tranquilo, empolgado com os
conhecimentos que adquire e/ou relembra. Esforça-se para ser independente:
resolve a maioria de suas necessidades (médicos, farmácias, supermercados),
locomove-se a pé (às vezes com uma muleta). Domina as tecnologias (computador,
internet, celular (seu principal aliado), para anotações diversas: horários -
medicamentos; agendamentos dos atendimentos – clínicas, escola).
Percebe-se que o Heryck é grato às pessoas que contribuíram direta e
indiretamente para a sua reabilitação, principalmente os seus familiares,
ex-companheira, profissionais da saúde e educadores do CEJA Dr. José Nilson
Osterne de Oliveira de Limoeiro do Norte-CE.
Mª Verônica
M. Holanda
Profª da Sala de Recursos Multifuncionais/Atendimento Educacional
Especializado

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